quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ciclo

Por vezes tenho calma
A languidez dos monges

Paciência
Timidez
Doçura quase servil

Por vezes tenho verve
Discurso pronto
Inteligência aguda
Seriedade absoluta
Perceptível atrás dos óculos

Mas quando a lua é cheia
Tenho um brilho nos cabelos
Língua ávida, boca úmida
Sede,
Desenfreada,
Olhos de lince, molhados,
Entre as coxas uma fogueira

Não deito com qualquer um
É preciso que me encante
Que me excite
Que me ganhe

Amo só quem quero amar
Mesmo só,
Com minhas mãos
Dedos e imaginação


Lua gira, lua cresce,
Lua mingua e tudo volta

E a boa moça se comporta
Até outra lua cheia


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